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REATOR EGSB: entenda o que é e onde pode ser aplicado.

Atualmente, o reator anaeróbio mais utilizado para o tratamento de Efluentes Domésticos e Industriais é o UASB (Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente), uma vez que este reator apresenta alta eficiência na remoção de matéria orgânica (DBO e DQO), suporta receber efluentes com alta concentração de sólidos em suspensão (SST) e acomoda uma ampla faixa de carga orgânica podendo variar de 2 a 15 Kg DQO/m³.d. No entanto, buscando-se alternativas para tratar efluentes com maiores cargas orgânicas (2 a 40 Kg DQO/m³) em um menor tempo de detenção hidráulica (TDH) e, sem perder a eficiência na remoção de DBO e DQO, foi desenvolvido esta outra tecnologia, identificada como Reator EGSB, em inglês, Expanded Granular Sludge Bed.



- O que é um Reator EGSB:



O EGSB (Reator Anaeróbio de Leito Granular Expandido) teve sua origem decorrente de ocorrências e avarias do Reator UASB (Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente), dentre essas ocorrências, destacam-se: fluxos preferenciais, curtos-circuitos hidráulicos e zonas mortas. Vale ressalta, que ambos os reatores utilizam lodo granular, no entanto, o EGSB opera com velocidades ascensionais elevadas (4 a 10 m/h), enquanto o UASB opera em baixas velocidades (0,5 a 1 mh1). Essa velocidade ascensional alta é ocasionada por altas taxas de recirculação e/ou uma elevada relação entre a altura e diâmetro do reator.


Este aumento da velocidade ascensional resulta em um aumento da energia e área de contato entre as diversas partículas presentes no reator, sendo maior o grau de mistura entre a biomassa e o efluente. No EGSB o leito de lodo, quando completamente expandido são considerados de mistura completa, mesmo não sendo sempre necessária a expansão total do leito.


Em contrapartida, o sistema de separação de sólidos do EGSB necessita de maiores sofisticações decorrente as suas características hidrodinâmicas, uma vez que existe a possibilidade de ocorrer o arreste de biomassa com o efluente, que reduziria drasticamente sua quantidade no reator em um intervalo de tempo muito reduzido, resultando, assim, em queda de eficiência do sistema. Outro ponto relevante, é que o EGSB não comporta receber efluentes com altas concentrações de SST (sólidos em suspensão total) diferentemente do UASB. Portanto, o seu uso é recomendado para efluentes com altas cargas orgânicas e de sólidos dissolvidos (STD). Caso queira empregá-lo para tratar efluentes com concentrações altas de SST, deve-se prever um equipamento a montante para prover a redução dos sólidos suspensos, na maioria dos casos, adota-se um decantador primário.


Verifique abaixo algumas imagens exemplificando a parte interna de um Reator EGSB, indicando as características técnicas deste equipamento:


Reator Anaeróbio de Leito Granular Expandido
REATOR EGSB


Reator Anaeróbio de Leito Granular Expandido
REATOR EGSB

- Legenda da imagem:


1 – entrada efluente

2 – tubulação de sucção de lodo

3 – saída de gases

4 – escotilha de inspeção

5 – saída efluente

6 – calha vertedoura

7 – separador trifásico

8 – distribuição efluente

9 – bomba centrífuga de recirculação

A – grânulos de lodo

B – gases (metano + dióxido de carbono)



- Onde pode ser aplicado este tipo de reator ?



O EGSB é amplamente recomendado para tratar efluentes dos seguintes seguimentos industriais: cervejarias, laticínios, açúcar de cana, doces, abatedouros, entre outras. Se o controle dos SST no efluente for realizado, o reator é capaz de gerar um efluente de saída com altíssima remoção de matéria orgânica (DBO e DQO), variando na casa de 70 a 90%.


Vale ressaltar, algumas vantagens deste reator:


- Alta remoção de matéria orgânica (DBO e DQO);

- Baixo requisito de área;

- Baixo custo de implantação e operação;

- Reduzido consumo de energia;

- Não necessita de meio suporte;

- Baixíssima produção de lodo;

- Lodo com ótima desidratabilidade.


Por fim, não deixe sempre de avaliar e obter um análise técnica de um Engenheiro com experiência e que poderá lhe orientar e formular um projeto adequado a sua necessidade. Saiba, que existem diversas tecnologias e formatos que podem ser aplicadas frente a soluções em Tratamentos de Efluentes Domésticos e Industriais, que vão desde concepções mais simples, até a soluções mais robustas, assim como, as condições econômicas (valores), podem varias significativamente, diante de cada uma destas tecnologias.



Fontes:

CHERNICHARO, C. Reatores anaeróbios. 5. Ed. reimp. Belo Horizonte: DESA/UFMG, 1997.


KATO, M.T.; FLORENCIO, L.; ARANTES, R. F. M. Post-treatment of UASB effluent in an expanded granular sludge bed recator type using flocculent sudge. Vol. 48. N° 6. PG. 279-284. Water Science and Technology, 2003.


METCALF &EDDY. Tratamento de efluentes e recuperação de recursos. 5. Ed. Porto Alegre: AMGH, 2016.


Von SPERLING, M. Introdução a qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. 3. Ed. reimp. Belo Horizonte: DESA/UFMG, 2005.

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